Primeiro dia na escola
Nosso primeiro contato com
Escola Estadual Onélia Campelo aconteceu no dia 04/09/2018. Todos nós fomos
muito empolgados para o início do trabalho e pudemos sentir o mesmo da nossa
supervisora, Edilene. Ela nos conduziu primeiramente à sala dos professores,
conhecemos alguns da equipe docente e em seguida a acompanhamos até a nossa
primeira turma: o 9º ano “A”. Uma das coisas que me chamou atenção e provocou uma
impressão triste foi a quantidade de carteiras da sala, insuficiente para o
número de alunos; isso nos tomou grande parte do tempo, pois tivemos que
esperar o processo de acomodação dos estudantes. A professora nos apresentou
como pibidianos e em sequência nós
nos apresentamos por nome e deixamos evidente nossas grandes expectativas com o projeto.
Porém, quando chegou a vez deles
se identificarem, eu particularmente senti certa letargia na contrapartida, o
que tornou nossa passagem pela turma, rápida. Teríamos ainda de conhecer o 9º
ano “B” e até o início dessa aula, retornamos à sala dos professores para a
leitura do PPP (Projeto Político-Pedagógico) da escola, a fim de analisar o
plano e verificar seu cumprimento. Ainda que o PPP estivesse desatualizado
(2011-2016), colhemos algumas informações estruturais acerca do estabelecimento
de ensino, que deveria estar equipado com 14 salas de aulas, laboratórios de
química, física e informática, sala de vídeo, biblioteca, banheiros, auditório,
pátio, sala de grêmio, cantina, espaço para elevador, ginásio, etc. Lemos
também um pouco do conhecimento da realidade escolar, localizada numa
comunidade sem centros culturais e de recreação e com alto índice de violência,
a escola recebe alunos com dificuldades de aprendizagem e leitura e com
histórico de crime e uso de entorpecentes, fatos que com certeza serão
relevantes na execução do nosso trabalho.
A supervisora Socorro nos
convidou para uma palestra com o coordenador Leonardo, que abordou a questão da
utilização da verba pública para a manutenção e reforma da unidade escolar. O
dinheiro fica retido até que sejam prestadas todas as contas pelo Conselho, o que
segundo ele, justifica a falta de materiais em consequência do atraso da
liberação. Na discussão, concordamos que um dos grandes problemas é a
dificuldade da conscientização dos estudantes no cuidado com o ambiente e a
ressignificação da “coisa pública”, pois o espaço danificado por pichações pertence
a eles, não ao Estado.
Logo após a palestra, fomos
ao 9º ano “B” e de antemão, deixo minha surpresa com a discrepância de
comportamento em relação à primeira turma. Os alunos desta manifestaram forte
interesse e curiosidade na nossa atividade, fizeram perguntas sobre o curso de
Letras, leitura e universidade, o que nos permitiu um diálogo estendido sobre
nossas experiências e me deixou livre para relatar minha passagem frustrante em
outra graduação e provar a importância de se fazer o que ama. A turma
bastante dinâmica e questionadora despertou em mim um sentimento renovado de
esperança na Educação, o qual espero que se renove também no coração de cada um
desses jovens a partir das nossas interações.
Por fim, circulamos pela
escola e observamos um pouco de sua estrutura – um grande espaço que até onde
olhamos se assemelha ao que relata o PPP, visto que nos faltou tempo para
analisar tudo. Falamos com a nossa orientadora sobre a ideia de uma dinâmica de
leitura e produção textual para o próximo encontro e terminamos o dia com um
sentimento de felicidade capturado por uma lente.
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